Wyoming 2022

 

No passado mês de agosto,  Eduardo Puértolas Pascual, da Universidade Nova de Lisboa, juntamente com uma equipa internacional de paleontólogos de instituições de Espanha, Portugal, Alemanha e EUA, explorou as vastas planícies do Médio Oeste Americano, em Wyoming, em busca de dinossauros. O projeto foi financiado pela Universidade Nova de Lisboa e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, em colaboração com o Museu Americano de História Natural de Nova Iorque. Este projeto faz parte de uma série de campanhas realizadas ao longo dos últimos cinco anos, financiadas por ambas as instituições.

De parte da equipa de BioGeoSauria, participaram o Eduardo, Cristina Sequero,  Alexandre Guillaume, André Saleiro, e Filippo Rotatori.

 Francisco Costa, Eduardo Puértolas, Alexandre Guillaume, André Saleiro, Victor Beccari, Filippo Rotatori
Cristina Sequero, Oliver Rauhut, Alexandra "Xana" Fernandes e Carl Menhing

A campanha permitiu prospetar e escavar dinossauros nas mesmas terras onde, no século XIX, ocorreu a famosa "Guerra dos Ossos", entre os paleontólogos Cope e Marsh. Esse conflito ultrapassou a rivalidade científica, recorrendo a métodos questionáveis como roubos, tiroteios, destruição de fósseis e sabotagem, em plena era do Velho Oeste. Felizmente, os tempos mudaram e não foi necessário recorrer a tais técnicas — os únicos perigos foram o sol intenso e o ocasional avistamento de cascavéis. O trabalho decorreu em depósitos Jurássicos da Formação Morrison, uma formação geológica bem conhecida, onde foram descobertos dinossauros icónicos como Stegosaurus, Diplodocus, Brontosaurus, Brachiosaurus, Allosaurus e Torvosaurus.

Os objetivos da campanha foram diversos, incluindo trabalhos de prospeção e escavação paleontológica, que resultaram na recuperação de quase uma centena de fósseis de dinossauros, pertencentes a terópodes, saurópodes, estegossauros e ornitópodes. Além disso, também foram realizados estudos geológicos, como estratigrafia e sedimentologia, bem como mapeamentos magnetoestratigráficos, com o objetivo de datar as rochas dessa região ainda relativamente pouco estudada da Formação Morrison.

O principal objetivo do projeto é comparar as faunas jurássicas da América do Norte e da Península Ibérica, para estabelecer possíveis afinidades paleobiogeográficas.

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