Um novo crocodilomorfo português, «o nadador de Paimogo»

 

Um novo crânio de crocodilomorfo goniofolídido (Goniopholididae) do Jurássico Superior (há aproximadamente 150 milhões de anos) de Portugal acaba de ser publicado na revista Palaeontologia Electronica.

Este crocodilomorfo foi descoberto nas praias de Paimogo (perto da Lourinhã) por Holger Lüdtke, o mesmo descobridor do gigantesco dinossauro saurópode Europasaurus na Alemanha, que o doou ao Museu da Lourinhã para estudo. Uma equipa formada por paleontólogos portugueses e espanhóis (Universidade Nova de Lisboa, DinoParque da Lourinhã, Museu da Lourinhã e o grupo Aragosaurus-IUCA da Universidade de Saragoça) preparou e descreveu as características deste animal ao longo de dois anos. Na semana passada, foi publicado como uma nova espécie e género: Ophiussasuchus paimogonectes, que significa “o crocodilo de Portugal que nada em Paimogo”.


Entre as características que indicam que se trata de uma nova espécie, destaca-se a estrutura do seu palato. Os goniofolídidos mais antigos do Jurássico da América do Norte e da Ásia apresentam um palato mais aberto, com o canal nasofaríngeo parcialmente visível. No entanto, nos exemplares mais modernos do Cretácico, o palato encontra-se completamente fechado, tornando o canal invisível. No caso de Ophiussasuchus paimogonectes, o palato está parcialmente aberto, apresentando uma condição intermédia entre as espécies do Jurássico, como as da Formação Morrison nos EUA, e as espécies do Cretácico, principalmente europeias. Isto pode indicar uma semelhança faunística e uma possível ligação paleobiogeográfica entre a Formação Lourinhã (Portugal) e a Formação Morrison (EUA), tal como já foi observado com alguns dinossauros, como Allosaurus, Torvosaurus e Stegosaurus, encontrados em ambos os continentes.

Outra característica quase exclusiva dos goniofolídidos são as “depressões maxilares”, uma série de concavidades ou sulcos na parte final dos maxilares. A função destas depressões poderia estar relacionada com a presença de órgãos sensoriais capazes de detetar perturbações na água, auxiliando na localização e captura de presas em meio aquático. Dentro de Goniopholididae, as depressões maxilares variam em número entre as diferentes espécies. No entanto, Ophiussasuchus paimogonectes apresenta uma particularidade única: no maxilar esquerdo tem quatro depressões, enquanto no direito tem cinco. Esta assimetria entre os lados esquerdo e direito é rara no reino animal, pelo que os paleontólogos esperam encontrar mais exemplares para estudar melhor esta característica.


A referência completa é:

Un nuevo crocodrilomorfo portugués, «el nadador de Paimogo»

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Cráneo de Ophiussasuchus paimogonectes en vista dorsal.

Un nuevo cráneo de cocodrilomorfo goniofolídido (Goniopholididae) del Jurásico Superior (hace aproximadamente 150 millones de años) de Portugal acaba de ser publicado en la revista Palaeontologia Electronica.

Este cocodrilomorfo, fue descubierto en las playas de Paimogo (cerca de Lourinhã) por Holger Lüdtke, mismo descubridor del gigante dinosaurio saurópodo Europasaurus en Alemania, quien lo donó al Museu da Lourinhã para su estudio. Un equipo formado por paleontólogos portugueses y españoles (Universidade Nova de Lisboa, DinoParque de Lourinã, Museo de Lourinhã, y el grupo Aragosaurus-IUCA de la Universidad de Zaragoza) estuvo preparando y describiendo durante dos años las características de este animal. La pasada semana fue publicado como una especie y género nuevo: Ophiussasuchus paimogonectes, que viene a significar “el cocodrilo de Portugal que nada en Paimogo”.

Entre las características que indican que es una especie nueva, cabe destacar la estructura de su paladar. Los goniofolídidos más antiguos del Jurásico de Norteamérica y Asia tienen el paladar más abierto con el conducto nasofaríngeo parcialmente visible, pero cuando nos acercamos a los más modernos del Cretácico, el paladar está completamente cerrado y el conducto no es visible. En el caso de Ophiussasuchus paimogonectes, su paladar está parcialmente abierto presentando una condición intermedia entre las especies del Jurásico, como las de Formación Morrison en EE.UU, y las especies del Cretácico, principalmente europeas. Esto podría indicar una similitud faunística y una posible conexión paleobiogeográfica entre la Formación Lourinhã (Portugal) y la Formación Morrison (EE.UU.), como ya se ha observado con algunos dinosaurios como Allosaurus, Torvosaurus y Stegosaurus encontrados en ambos continentes.

Otro carácter casi exclusivo de los goniofolídidos son las “depresiones maxilares”, una serie de concavidades o surcos en la parte final de los maxilares. La función de estas depresiones podría ser la de alojar órganos sensoriales capaces de detectar perturbaciones en el agua y que les ayudaban a localizar y capturar presas en el medio acuático. Dentro de Goniopholididae, las depresiones maxilares difieren en número entre las diferentes especies. Sin embargo, Ophiussasuchus paimogonectes tiene la peculiaridad de que en el maxilar izquierda presenta cuatro depresiones mientras que en la derecha presenta cinco. Esta asimetría entre lado izquierdo-derecho no es normal de encontrar en el reino animal, por lo que los paleontólogos esperan poder encontrar más ejemplares con los que comparar para descubrir más información sobre esta característica.

La referencia completa es: 

López-Rojas, Víctor, Mateus, Simão, Marinheiro, João, Mateus, Octávio, and Puértolas-Pascual, Eduardo. 2024. A new goniopholidid crocodylomorph from the Late Jurassic of Portugal. Palaeontologia Electronica, 27(1):a5. https://doi.org/10.26879/1316

 

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