Como estudar ovos (de dinossauro)
Uma colaboração entre UNL e a Universidade Nacional de Seul descreve o método mais moderno de análise da casca de ovo fóssil.
O estudo dos ovos fósseis é uma disciplina intimamente ligada às ferramentas utilizadas para os examinar. No final do século XX, a introdução do microscópio eletrónico revolucionou esta área da paleontologia, permitindo observar os fósseis de ovos de dinossauro e outros vertebrados como nunca antes. Numa escala menor, a nossa equipa contribuiu para uma nova revolução no século XXI com a introdução da Difração de Eletrões Retroespalhados (EBSD) no estudo da estrutura da casca de ovo fóssil. Esta tecnologia, amplamente utilizada na ciência dos materiais, permite compreender a organização microscópica da casca do ovo e aprofundar o conhecimento sobre a sua formação e fossilização. Miguel Moreno-Azanza, liderou os primeiros passos na aplicação desta técnica e, a partir destes estudos, uma equipa de investigadores da Coreia do Sul fez grandes avanços nos últimos cinco anos.
Num novo trabalho publicado na revista Journal of Vertebrate Paleontology, Miguel Moreno-Azanza colabora com Seung Choi e Yong Park, da Universidade Nacional de Seul, para rever os avanços realizados nos últimos onze anos e estabelecer um protocolo analítico padronizado, com o objetivo de facilitar o uso desta técnica por outras equipas de investigação. A redução dos custos e a melhoria dos equipamentos fazem com que o EBSD esteja disponível em um número crescente de universidades, tornando necessária a padronização dos protocolos de análise para permitir a comparação dos resultados.
Este trabalho é o primeiro passo para a criação de uma grande biblioteca de dados que permitirá responder a questões fundamentais sobre a origem e evolução de uma estrutura tão fascinante como a casca de ovo.
A referência completa do trabalho é:
Choi, S., Park, Y., & Moreno-Azanza, M. (2024). Protocol for
electron backscatter diffraction (EBSD) analysis of fossil eggshells. Journal of Vertebrate Paleontology. https://doi.org/10.1080/02724634.2024.2363210
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